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Medicina Chinesa explicada pelo South Park?
Será possível explicar algumas teorias de base da Medicina Chinesa, como os 5 Elementos, através do seriado South Park? Vale a pena ler (em inglês): http://herbisorbis.typepad.com/herbis_orbis/2007/09/chinese-five-el.html
http://dl.dropbox.com/u/3299611/MTC%20-%20Os%20Fundamentos%20da%20Medicina%20Chinesa%20-%20Maciocia%20G%20-%201ed%20-%20PTBR.pdf -
Últimos dias para matrícula no Curso de Formação em Massagem Chinesa Tui Na no CEMETRAC
As aulas do Curso de Formação em Massagem Chinesa Tui na no CEMETRAC começam este ano no dia 2 de março. A Massagem Chinesa Tui Na é a formação que tradicionalmente inicia nosso caminho como terapeutas da Medicina Chinesa, além de ser uma ferramenta fundamental na prática clínica para Acupunturistas e Fitoterapeutas. Como é no início do curso que entendemos as teorias de base da Medicina Chinesa e vemos toda a estruturação do curso, é muito importante quem tem interesse na formação estar presente desde a primeira aula.
Para saber mais sobre o Curso de Formação em Massagem Chinesa Tui na no CEMETRAC, clique aqui ou ligue (11) 3209-8189 / (11) 3341-6038.
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Últimos dias de desconto para o curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa
A Sociedade Taoísta do Brasil, onde ministro o Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa, oferece desconto na mensalidade até o dia 23 de fevereiro. A mensalidade, de R$275,00, cai para R$250,00 para quem fizer o primeiro pagamento até esta data.
Para mais informações: 3105-7407 / 9631-3005 – stb-sp@sociedadetaoista.com.br
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Agenda de cursos primeiro semestre de 2011
- 29/01 – Retorno às aulas de Hexagramas de Yi Jing (I Ching) – aula mensal na Sociedade Taoista do Brasil: hexagramas 34, 35, 36 e Oficina de Oráculo. Com o Prof. Edgar Cantelli. Das 9hs às 17hs. www.sociedadetaoista.com.br .
- 31/01 – Retorno às aulas de Hexagramas de Yi Jing (I Ching) aula semanal: hexagrama 0 – A Abrangência e Oficina de Oráculo. Das 8hs às 10h30. com o Prof. Edgar Cantelli, na R. João Gomes Jr., 579 – Butantã. Mais informações: edgar@terapiaschinesas.com.br.
Fevereiro
- 12/02 e 13/02 – Curso de Massagem Pediátrica Chinesa – Xiǎo Ér Tuī Na – 小 兒 推 拿, com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 17hs, no EBRAMEC. Para mais informações clique aqui.
Março
- 02/03 – Início do Curso de Formação em Massagem Chinesa Tui Na – 中 國 推 拿, com o Prof. Edgar Cantelli. No CEMETRAC. Duração: 1 ano. Às 4as feiras, das 19hs às 21hs. Para mais informações, clique aqui.
- 02/03 – Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa. Com o Prof. Edgar Cantelli. Todas as quartas-feiras até junho. Das 15hs às 17hs. Na Sociedade Taoista do Brasil. Mais informações, clique aqui.
- 20/03 – Curso de Princípios de Medicina Chinesa na Sociedade Taoista do Brasil. Com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 16hs. Segunda aula dia 17/04. www.sociedadetaoista.com.br. Para mais informações, clique aqui.
Abril
- 02/04 e 03/04 – Início da Formação em Massoterapia Tradicional Chinesa Tui Na – 中 國 推 拿 – no EBRAMEC (Escola Brasileira de Medicina Chinesa). Com a Profa. Helena Guimarães. Das 9hs às 17hs, no EBRAMEC. Para mais informações clique aqui.
Julho
- 06/07 – Início do Curso Avançado de Massagem Tui Na. Com o Prof. Edgar Cantelli. No CEMETRAC. Duração: 2 meses (8 aulas). Das 16hs às 18hs. Para mais informações, clique aqui.
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O que são os pontos de energia?
Todos que já ouviram falar da Acupuntura sabem que a aplicação das agulhas é feita em pontos específicos do corpo. Mas, afinal, o que são e como funcionam exatamente esses pontos? Os pontos de energia são chamados em chinês de Xué ( 穴 ), que significa literalmente “buraco”. O termo buraco tem dois significados: o primeiro, mais simples e prático, aponta para o fato de que a imensa maioria desses pontos se encontra em fossas, cavidades, espaços da nossa anatomia, onde a agulha não encontrará nenhum osso, tendão, ligamento ou outro tecido importante ao ser inserida.
O segundo significado, mais profundo, quer dizer que esse “buraco” nos dá acesso ao fluxo de Qì (Energia – 氣) que corre pelos Canais (Jīng -經). Esse é um tipo específico de Qì (Energia – 氣) chamado de Ying Qì (Energia Nutritiva). É ele quem tem a função de impulsionar e direcionar o fluxo do Sangue (Xuè -血) e de conectar todas as partes de nosso corpo, especialmente os Órgãos e Vísceras (Zàng Fǔ -臟 腑), com o exterior do nosso corpo.
É através dessa conexão interior–exterior que pode haver a influência de uma manipulação feita no Canal (Jīng -經) no funcionamento de um Órgão ou Víscera. Essa manipulação pode ser feita em qualquer trecho do canal, mas é muito mais fácil de se obter resultado se feita num desses pontos.
Mas qual a diferença entre um ponto e outro? O aprofundamento da Medicina Chinesa no estudo da nossa fisiologia energética chegou a tal ponto de refinamento que hoje sabemos que os pontos não nos dão somente acesso ao Qì (Energia -氣) que corre nos Canais (Jīng -經), mas também nos permitem manipulações específicas desse Qì (Energia – 氣). Determinado ponto permite ao terapeuta que aumente as funções de determinado Órgão (Zàng -臟). Outro ponto do mesmo Canal (Jīng -經) permite que se retire algum tipo de hiperatividade daquele Órgão (Zàng -臟). Já outro ponto pode proporcionar ao terapeuta acesso ao desbloqueio do Qì (Energia – 氣) daquele Canal (Jīng -經) na sua porção exterior, resolvendo casos de dor, por exemplo.
É importante observar que o ponto em si nada faz. O que gera algum efeito local, exterior ou mesmo interior é a manipulação energética feita pelo terapeuta nesses “buracos”. Não basta “ativar” ou “estimular” o ponto, como dizem alguns terapeutas e até mesmo alguns professores. Mas sim que haja uma manipulação específica para se conseguir aumentar (tonificar) ou diminuir (sedar, dispersar) o fluxo de Qì (Energia – 氣) do ponto para que, assim, o efeito possa ser alcançado.
Entendendo esse princípio chegamos a outra questão fundamental: a agulha de acupuntura também nada faz sozinha. Não basta inserir uma agulha no ponto e esperar que o efeito seja alcançado. O que a agulha faz é potencializar e também facilitar o acesso do Qì (Energia – 氣) do terapeuta ao fundo do “buraco”, onde corre o Qi Nutritivo (Ying Qi). O nosso corpo possui várias camadas de defesa que fazem com que nossa circulação de Qì (Energia – 氣) e Sangue (Xuè -血) não seja afetada facilmente por interferências externas. A agulha literalmente fura algumas dessas defesas permitindo que a manipulação do terapeuta seja facilmente mais profunda.
Mas também é possível manipular os pontos através da massagem, como é feito pela Massoterapia Chinesa Tui Na. Mas, para que essa manipulação consiga ser profunda o suficiente para atingir a profundidade energética do ponto, depende-se mais da força e do controle do Qì (Energia – 氣) do terapeuta. É necessário que a manipulação seja feita com mais concentração, intenção e por muito mais tempo que na Acupuntura. O grande mestre Liu Pai Lin, um dos precursores da Massoterapia Chinesa Tui Na e do Tai Chi Chuan (Tài Jí Quán – 太 极 拳) no Brasil, pai do nosso mestre Liu Chih Ming, conseguia efeitos fantásticos em seus tratamentos, muitas vezes até mais eficazes do que outros terapeutas que se utilizavam da Acupuntura, mesmo usando somente a massagem. Conseguia isso pois era também um dominador das práticas energéticas (Qì Gōng – 氣 功) e do próprio Tai Chi Chuan (Tài Jí Quán – 太 极 拳) e assim conseguia passar pelas camadas de defesa do paciente, acessando com eficácia e profundidades necessárias os pontos de energia.
Nas crianças, por sua vez, o Qi Nutritivo (Ying Qi) corre mais superficialmente e também há menos defesas, não é necessária a utilização da Acupuntura em praticamente nenhum dos casos pediátricos tratáveis pela Medicina Chinesa. Até por isso tivemos ao longo da história da Medicina Chinesa o desenvolvimento da Massagem Tui Na Pediátrica – Xiǎo Ér Tuī Na (小 兒 推 拿).
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Curso de Aprofundamento em Diagnóstico e Diferenciação de Síndromes da Medicina Chinesa
A Medicina Chinesa possui uma lógica única que fundamenta sua forma de ver a saúde e a doença. Esta forma de pensar não é próxima da nossa forma habitual de vermos o funcionamento do nosso organismo. O praticante ocidental da Medicina Chinesa tem normalmente muita dificuldade de interiorizar a forma como se coleta, organiza, prioriza, raciocina e por fim conclui os dados clínicos de seus pacientes. Esse curso vem atender essa lacuna, trazendo, através do exercício prático, o pensamento taoista que fundamenta essa Medicina.
Objetivo: aperfeiçoar a prática diagnóstica, a interpretação dos dados e o raciocínio da Medicina Chinesa, melhorando o exercício das suas ferramentas, como a acupuntura, a massagem chinesa Tui Na e a fitoterapia.
Pré-requisitos: profissional formado em alguma área da Medicina Chinesa (acupuntura, massagem Tui Na, fitoterapia) ou estudante de curso de formação com 50% do curso completo.
Conteúdo programático:
Através de exercícios práticos, baseados em casos reais, feitos em grupo e individualmente, iremos aprofundar:
- A elaboração da anamnese;
- O interrogatório;
- A pulsologia;
- A Semiologia da Língua;
- A Diferenciação de Síndromes pelos Oito Princípios (Ba Gan);
- As Funções dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- A Diferenciação de Síndromes pelos Órgãos e Vísceras (Zang Fu);
- Os Fatores Patogênicos Exógenos;
- Os Fatores Patogênicos Endógenos;
- A Síndrome Bi (Síndromes de Obstrução Dolorosa);
- Função, localização e aplicação de pontos para os tratamentos dos casos estudados durante o curso.
Ministrante: Edgar Cantelli Gaspar
Início: dia 02/03/11. Todas as quartas-feiras das 15hs às 17hs.
Duração: 4 meses –março, abril, maio e junho de 2011.
Local:Sociedade Taoísta do Brasil – Av. Liberdade, 113 – 3º andar. Próximo ao metrô Liberdade.
Contato: 3105-7407 / 9631-3005 – stb-sp@sociedadetaoista.com.br
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Um tratamento com Acupuntura é caro demais?
Nas últimas semanas alguns pacientes e, principalmente, vários alunos vieram conversar comigo sobre as questões financeiras que envolvem um tratamento com Medicina Chinesa, especialmente através da Acupuntura. Será que o tratamento de Acupuntura é caro demais? Será que é elitista? Será que vale a pena?
É claro que não tenho a pretensão de responder a perguntas tão abrangentes e complexas num simples artigo. Assim como acho absurdo um artigo dito “científico”, com base numa pesquisa quantitativa limitada, desqualificar toda a Medicina Chinesa, não poderia chegar aqui e dizer simplesmente: sim, vale a pena. Meu princípio aqui é refletir, discutir, trazendo a visão e a experiência de quem vive dessa Medicina, mas também de quem cuida da própria saúde e da sua família através da Medicina Chinesa.
É importante entender inicialmente que qualquer Medicina está inserida e é fruto de um contexto cultural. É óbvio, mas é importante lembrar, que a Medicina Ayurvédica, por exemplo, só poderia se originar, se aperfeiçoar e se difundir na cultura hindu. A Medicina Alopática, ou ocidental, ou científica, ou qualquer outra denominação que se utilize, só poderia também ser originada e utilizada numa cultura que tem, ou tinha, como base, as visões cartesiana e newtoniana. E também a Medicina Chinesa nasceu de uma cultura chinesa de um determinado período, que tinha como fundamento a lógica e os princípios taoístas da vida, da saúde, do Universo. Lembrar dessa diferenciação é fundamental, pois nossa visão ocidental tende a ser bastante arrogante, considerando a nossa forma de entender a ciência, a medicina, e toda a vida, enfim, como sendo a única ou pelo menos a mais avançada, moderna e, por isso, a mais apropriada.
Essas diferenças culturais geram entendimentos completamente diferentes do que é saúde, doença, diagnóstico e tratamento em cada Medicina. É inerente à Medicina Alopática a fragmentação, o aprofundamento no detalhe, a reprodução do experimento científico. É princípio da Medicina Chinesa a visão global, o agrupamento de sinais e sintomas, a individualização do tratamento, e unificação do homem inserido nas condições do tempo e do espaço. E cada uma delas teve seu avanço e hoje tem sua forma terapêutica sobre essas características particulares.
Hoje temos então terapeutas que, como nós, seguem uma linhagem tradicional ou que ao menos tentam praticar a Medicina Chinesa, e especificamente a Acupuntura, de forma tradicional num país de cultura de outra origem e que tem como Medicina local, vigente e dominante a Alopática. Esse contexto origina situações curiosas, como, por exemplo, a de um paciente que há algumas semanas me sugeriu que eu passasse a atender em série, ou seja, de forma mais rápida, prática e específica para que pudesse atender muitas pessoas por hora e, assim, conseguisse baratear o custo do meu atendimento, que ele considera caro.
O modelo proposto pelo meu paciente é exatamente o modelo ocidental e moderno de atendimentos de saúde. E até é possível trabalhar com Acupuntura dessa forma, tanto que hoje, no Brasil, na China e em qualquer lugar do mundo, encontramos terapeutas praticando esse modelo. Só que foi exatamente esse modelo que falhou no seu caso e por isso ele precisou buscar a Medicina Chinesa. E foi a Medicina Chinesa, no seu modelo tradicional de atendimentos individualizados, demorados, com um diagnóstico abrangente, que considera a manifestação da doença, mas também sua origem, que conseguiu melhorar o seu caso quase que completamente, estando o seu tratamento hoje numa fase final. Por que então ele me propôs que mudasse minha forma de trabalho se foi justamente esse diferencial que beneficiou seu quadro clínico?
Percebe-se então aqui a importância da cultura. Quanto é caro? O que vale a pena? Essa avaliação é muito pessoal, mas está carregada de dogmas culturais. Nós podemos considerar que R$300,00 por mês, por exemplo, é caro demais para um tratamento de Acupuntura que em alguns casos pode levar 3 meses, 6 meses, 1 ano ou até mesmo não ter um fim para patologias crônicas e graves. Mas praticamente todos nós temos como certo a obrigatoriedade do pagamento de um plano de saúde que, para uma pessoa na terceira idade por exemplo, pode chegar a valores médios de R$700,00. Por que aceitamos sem dificuldades pagar regularmente por um modelo de Medicina, mesmo que não o utilizemos regularmente? Ou que para um atendimento mais profundo precisamos recorrer a uma consulta com um médico particular?
Novamente, não é meu objetivo aqui discutir se é válido ou não o pagamento regular de um plano de saúde. A Medicina Alopática tem recursos incríveis e ferramentas muito mais eficazes do que as da Medicina Chinesa para determinados tratamentos. Mas o objetivo aqui é simplesmente refletir nossa cultura no que diz respeito à saúde de maneira um pouco mais afastada e ampla, coisa que não fazemos regularmente.
Outra demonstração da importância dos valores culturais na avaliação do custo-benefício de um tratamento ocorreu recentemente. Uma paciente vinha para atendimentos de Acupuntura e Massagem Tui Na de maneira muito irregular. Ela não fazia de fato um tratamento, mas simplesmente aliviava alguns sintomas nas consultas que fazia conosco. Justificava a impossibilidade de realizar um tratamento efetivo por questões financeiras e de disponibilidade de tempo. Até que viu na televisão a possibilidade do uso da Acupuntura como ferramenta estética. Via de regra não trabalhamos com a Acupuntura para fins estéticos específicos, mas vimos no interesse dessa paciente a abertura para tratar de algumas questões mais profundas de sua saúde, juntamente com a aplicação estética. Visando os benefícios estéticos ela passou a consultar-se duas vezes por semana.
Outra reflexão da importância da cultura na validação de um tratamento é quanto à troca ou não do terapeuta. Quando nos consultamos numa especialidade médica alopática e não temos resultado no tratamento trocamos de médico. Quando nos consultamos com um terapeuta da Medicina Chinesa e o tratamento não obtém o resultado desejado, o que fazemos? Consideramos que aquela Medicina não funciona, ou que ao menos não funciona para mim. Poucos cogitam trocar de terapeuta. Isso se deve ao conceito de que a Medicina Alopática é infalível. O erro ou limitação provavelmente no tratamento foi daquele médico. Damos inúmeras chances a essa Medicina então, com investimentos financeiros, de tempo e energia enormes. Mas se nossa dor não for aliviada em uma ou duas consultas de Acupuntura, já começamos a considerar que o investimento naquela Medicina como um todo não vale a pena.
No futuro pretendo trazer outras reflexões como essa sobre como é importante conhecer mais da cultura e dos princípios lógicos que originaram e que determinam a forma de entendimento e prática da Medicina Chinesa.